Raio desenganado, desprezador do círculo
que ele mesmo supõe, o pier não tem redor,
senão imaginações. E, no entanto, ele parte.
Só a paisagem fica no lugar de sempre,
sempre mexida, meneando perto-longe,
acenando com perfume, desaparecendo
quase, autora da própria névoa que enevoa
e de repente se volatiliza, quando ofusca, tinindo,
menina correndo na praia sem notar o tapete
que desenrolaram meio instante antes de os pés
ir assim multiplicando pela areia úmida.
Só a paisagem lá está, para onde ele,
que jamais esteve, partindo foi para jamais.
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